
É difícil, para muitas pessoas, aceitar o fato de que pelo menos 80% de nossas ações são motivadas pelas necessidades inconscientes interiores. Gostamos de sentir que somos racionais; seres inteligentes em completo controle de nossas ações, mas tem sido demonstrado, muitas vezes, que a maioria de nossas ações é resultado de impulsos totalmente insconcientes. Tendo feito a decisão, sentimos necessidade imediata de racionalizá-la, de modo que podemos manter o sentimento de que sempre agimos na base da escolha lógica e racional.
O pai de um dos homens mais ricos do mundo disse-lhe: "Você jamais será capaz de fazer a sua vida!" Levado por uma imensa necessidade de provar que seu pai estava errado, ele se tornou milionário antes dos trinta anos. Aos cinquenta, ele possuia muitos milhões. Aos sessenta, era um dos homens mais ricos da terra; mas, levado por um desejo insaciável de ter mais, ele era incapaz de parar e gozar as suas posses. Ele disse certo dia, ao um amigo: " Eu gostaria de ter tido tempo para aprender a me dar melhor com as pessoas. Eu me sinto socialmente fora do lugar." Vale dizer que provavelmente ele não encontrará sentimento de paz ou segurança interior, não importa quantos milhões acumule, a menos que procure a fonte dessa compulsão, e , em vez de "ser dirigido", descubra que está levando avante lutas já vencidas.
Há, frequentemente, um limite mui tênue entre "ser dirigido" e "dirigir". Se alguém é dirigido por uma compulsão interior originada de sentimento de inferioridade, nunca estará no comando total. Em vez de dirigir, é dirigido. Se sua meta é fazer fortuna, se a alcançar, isto não lhe dará nenhuma satisfação real. Sempre precisará de mais, mais e mais.
A rejeição sempre deixa cicatrizes. Por isso muitas pessoas vivem levando avante lutas já vencidas. Filhos tentando provar aos pais que podem ter sucesso a despeito de todas as predições horríveis que não vão vencer na vida.
Só Deus pode saber como as incontáveis situações dentro dos lares, hereditariedade, vontade e fragilidade humanas, orgulho e sentimentos de inferioridade, ansiedade e tensão emocional tem moldado nossas vidas e decisões. Mas neste ponto podemos enfatizar a atitude de Jesus Cristo, que não condenou o pecador e ordenou que não julgássemos. ELE, cuja pureza de mente e propósito faziam com que fosse capaz de perceber os impulsos interiores e os motivos dos homens, não sentiu necessidade de julgar. Tratou o pecador arrependido com compaixão infinita. Ele orou por aqueles que tiraram a Sua vida: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Só Deus pode julgar. Nós não podemos.
Podemos, entretanto, vir a conhecer-nos em um grau muito profundo, desenvolvendo uma sinceridade estrita para com nós mesmos, para com os outros e para com Deus. Podemos ser mais do que somos, mais semelhantes a Cristo, que nos aceita como somos, mas espera que melhoremos cada vez mais.
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