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Ansiedade - Parte 1


Um psiquiatra de renome afirma, categoricamente, que todos estão gastando pelo menos 50% de sua energia psíquica, conservando recordações reprimidas sob o consciente. Pelo menos, pode-se dizer seguramente que cada um de nós gasta uma quantidade enorme de energia psíquica tentando evitar a ansiedade. Se essa energia fosse aplicada para um vier criativo, poderíamos mudar as nossas vidas e nossos destinos.

Por detrás de cada atividade, cada decisão, cada plano, a longo ou curto prazo, há um esforço inconsciente de evitar a ansiedade. Por ser a ansiedade uma experiencia dolorosa, tomamos todas as precauções para evitarmos situações que poderão produzi-la. Planejamos, racionalizamos, trabalhamos, até mentimos a nós mesmos e aos outros, no esforço de evitá-la.

O ajuntador, seja de dinheiro, barbante ou sortimentos esquisitos de coisas consideradas desnecessárias por sua família, está atendendo a um sentimento de ansiedade enterrada profundamente no subconsciente. Ele poderá racionalizar facilmente o seu hábito. A gente pode precisar de barbante; sempre há necessidade de dinheiro; e não é economizar uma grande virtude? é claro que é, e, possivelmente, um dia haverá alguma necessidade de todos esses restinhos que ele tem guardado, mas a verdadeira razão é mais profunda. Ele é motivado por um sentimento de ansiedade que tem a sua origem na infância.

Pode ser o resultado de ter sido privado de amor quando muito pequeno. A insegurança, o medo de não ser amado e bem cuidado, experimentados quando criança, agora tomam a forma do medo de não possuir suficiente dinheiro para cuidar de si nos anos vindouros. A insegurança financeira no lar de uma criança, criadora de uma ansiedade generalizada, pode manifestar-se na forma de ajuntar coisas, ser mesquinho ou ter medo de dar ou amar - e tudo isso são manifestações de ansiedade.

Pode-se afirmar, com segurança, que todo comportamento caracterizado por sobrecarga de ansiedade não é o resultado de um processo bem pensado e racional, mas de fatores emocionais, cujas raízes geralmente se estendem ao passado, à infância da pessoa.

Se agissem os de outra maneira do que agimos, isto criaria ainda maior ansiedade. Se mudarmos nosso padrão de comportamento de forma significativa, sem compreendermos nossa natureza básica, haverá a tendencia de criamos ansiedade adicional, e por isso nossa propensão é de nos agarrarmos a um modo de agir bem conhecido.

O modo de agir tomado por alguém pode nos dar a impressão de ser precipitado, temerário, tolo ou simplesmente irracional; mas para a pessoa em questão, sendo quem é e o que é, parece ser a melhor escolha possível. ela está agindo na base de certas necessidades emocionais, certas suposições e respostas. Para ela, o agir de outra forma lhe traria ansiedade e tensão consideráveis.

Isto não quer dizer, entretanto, que toda ansiedade seja destrutiva. Há uma forma de ansiedade criadora, que faz com que um homem saia da cama de manhã para ir ao trabalho. A mãe atende ao choro de seu filho em resposta a uma ansiedade interna, que também é criadora.Nossa reação a um perigo repentino, que requer todos os nossos recursos internos, estimula a secreção de adrenalina adicional na corrente sanguínea e nos prepara para "fuga ou luta". Esta é uma resposta instintiva ao medo, dada por Deus. Só quando o medo se torna uma ansiedade dominante e impede nossa eficácia é que ele cessa de ser criador e se torna destrutivo.

O alcoólatra, ou o que tem problemas com a bebida, sofre ansiedade profunda. Seu problema básico não é beber demais; o beber em excesso é sintoma externo de uma ansiedade ou necessidade muito forte. Ele quase não tolera as situações que produzem ansiedade e, quando se sente ameaçado por alguma situação, só pode suportar a ansiedade com a ajuda do álcool, que complica o problema, fazendo-o sentir culpa e inferioridade. O álcool tende a paralisar o centro superior do cérebro, onde a faculdade de juízo reside. O que tem problema com a bebida não é mais capaz de resolver a situação antes de ter tomado seus vários drinques; de fato, sua atuação geralmente se processa num nível mais baixo do que antes, mas, desde que seu juízo está prejudicado, ele se sente um pouco mais efetivo.

Sermões por parentes, ameaças, condenações, criticismo e importunação só servem para tornar as coisas piores. ele já se sente culpado e fora de lugar. A critica simplesmente intensifica esses sentimentos, e ele sente uma necessidade mais forte de beber, a fim de apaziguar temporamente seus sentimentos de culpa. O método de ação dos Alcoólicos  Anônimos providencia uma solução criadora para um grande número de alcoólatras. O programa é psicologicamente saudável. Infelizmente muitos alcoólatras não podem admitir que são bêbados problemáticos e que não podem ser ajudados enquanto não admitirem, com toda a humildade, que não são capazes de se ajudar se não estiverem prontos a pedir ajuda a um Poder Maior. A própria aceitação deste fato é o passo absolutamente essencial a ser tomado, antes de mais nada.



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